No dia 17 de outubro, um dia de maravilhoso de Verão, após um dia de tempestade, os alunos do 10º ano de Biologia e Geologia da Escola Secundária Ferreira de Castro, com as professoras Alexandra Esteves e Teresa Valente, deslocaram-se à região da Lourinhã para observarem cortes geológicos e fósseis nas praias de Porto Dinheiros e do Caniçal, e para visitarem o Museu de Paleontologia e o respetivo laboratório de preparação dos fósseis a serem expostos no Museu.
A Formação da Lourinhã é uma formação geológica do Jurássico Superior (155 a 145 M.a.) conhecida pela fauna fóssil que possui. Tem uma notável semelhança com a formação Morrison nos Estados Unidos da América e com as camadas de Tendaguru na Tanzânia. Um espaço de aprendizagem de Geologia extraordinariamente rico e ideal para uma aula no exterior.
De manhã visitou-se à praia do Caniçal para se observar as arribas com camadas alternadas de argilitos e arenitos do Mesozoico, bem como um filão basáltico do Cenozoico, o único vestígio de rochas magmáticas neste troço do litoral. Além disso numa zona mais a norte, nessa mesma paria, observou-se uma falha tectónica formada devido a forças distensivas.
De seguida o grupo deslocou-se até à Praia de Porto Nas arribas da Praia de Porto Dinheiro os alunos dedicaram-se à descoberta de fósseis. Um dinossauro saurópode, denominado Dinheirosaurus lourinhanensis, foi uma das descobertas emblemáticas dos anos 90 e o seu nome homenageia o local onde foi encontrado. Na arriba desta praia foi possível ver vestígios de antigos rios que aqui existiram há cerca de 150 milhões de anos (Jurássico Superior). Nas rochas vemos pequenos grãos com tons rosados, semelhantes aos que existem nos granitos das Berlengas. A presença destes grãos indica que há 150 milhões de anos, os rios corriam deste arquipélago para Este.
Seguiu-se a visita ao Museu, onde o grupo foi convidado a viajar 252 milhões de anos no tempo, e, através desta viagem, foram observados fósseis de seres antigos e rochas que contam a história da abertura do Oceano Atlântico Norte e como esta influenciou a evolução da diversidade dos seres vivos. Também houve a oportunidade única de se visitar o mais importante laboratório nacional de paleontologia.
Já tarde, e com uma viagem longa pela frente, o grupo regressou a casa, muito mais rico do ponto de vista geológico e com laços muito mais fortalecidos.