Numa viagem de estudo de dois dias, os alunos dos 11º A e B, e 2 alunos do 11ºF, da Escola Secundária Ferreira de Castro, partiram rumo à descoberta do património cultural e natural em terras de Cavaleiros e de Miranda, acompanhados dos seus professores Alexandra Esteves, Elisabete Tavares, Maria João Moreira e Paulo Gião.
No primeiro dia, partiram rumo à exploração do Geopark Terras de Cavaleiros (GTC) que abrange toda a área do concelho de Macedo de Cavaleiros, num total de cerca de 700 km2 em pleno coração do Nordeste Transmontano. Durante o período da manhã, o grupo esteve no Centro de Informação do Geopark Terras de Cavaleiros para melhor conhecer os 540 milhões de anos que se contam no GTC, e que começam com o desmembramento de um supercontinente e a abertura de um oceano, Rheic. Toda esta história da Terra é testemunhada nos 42 geossítios do Geopark.
Já com os fantásticos guias João e Pedro, o grupo dirigiu-se para a aldeia de Salselas onde existem vestígios de uma antiga exploração artesanal de calcário. Este pequeno afloramento formou-se nas margens do antigo oceano Rheic há cerca de 420 milhões de anos! Esse oceano assemelhava-se a um mar tropical da atualidade, de baixa profundidade e de águas calmas e quentes, condições favoráveis à formação destas rochas.
Após a necessária e desejada pausa para o repasto no parque do Santuário de Santo Ambrósio, e com as forças já retemperadas, eis-los rumando ao Monte Morais, o umbigo do mundo. No planeta existem apenas cinco lugares com características semelhantes a este, mas em Morais as sequências estão contidas num espaço menor e os testemunhos são mais perceptíveis. É o umbigo do Mundo porque explica a dinâmica dos continentes.
Do Monte Maldito rumou-se para o Monte Bendito onde, devido à mudança de litologia, a flora é muito mais diversificada. Foi um recuar no tempo, pois na margem direita do Rio Sabor, muito próximo da aldeia da Lagoa, ergue-se uma rocha com mais de 500 milhões de anos, o Gnaisse de Lagoa. Uma rocha que testemunha a existência de um pequeno continente – Armórica, muito anterior aos atuais continentes. Em determinada fase da história do Planeta Terra, este, a Laurentia e o Gondwana chocaram e formaram uma cadeia montanhosa, posteriormente desaparecida. O Gnaisse de Lagoa distingue-se pelos seus cristais de forma alongada, que se devem à elevada pressão e ao movimento a que a rocha foi sujeita ao longo do tempo.
No topo da vertente sobre o rio Sabor, foi possível realizar uma “viagem” através de rochas que, à superfície, revelam aquilo que, por norma, ocorre apenas a dezenas de quilómetros de profundidade. Neste geossítio, para além de rochas pouco comuns, são observadas as Descontinuidades sísmicas de Conrad e de Moho.
O balanço deste dia foi incrivelmente positivo.
“Na visita de estudo realizada nos dias 27 e 28 de abril visitamos diversas coisas, mas o que gostei mais de fazer foi o passeio de barco no rio Douro devido, sobretudo, às paisagens e à tranquilidade que é estar na água no meio do rio. A visita de um modo geral foi bastante interessante e gostei muito do que foi vivido e pudemos ver. Aprendi bastante sobre geologia devido também aos guias do Geopark que foram impecáveis na transmissão dos seus conhecimentos para connosco. Gostaria de voltar a experienciar coisas do género.”
Leonardo 11º B
“Do meu ponto de vista, esta visita de estudo a Macedo de Cavaleiros e Miranda do Douro favoreceu uma aprendizagem de maneira diferente, mas muito interessante e cativante. Esta saída permitiu-me conhecer lugares e realidades que de outro modo seriam difíceis de explorar, como, por exemplo, no Geopark Terras de Cavaleiros. Nunca teria conhecido e entendido tão bem a história tectónica do nosso país., nem explorado tão ao pormenor geossítios que permitiram conhecer o notável património geológico do concelho de Macedo de Cavaleiros."
Gabriela Bartazar, 11.º B
“Eu gostei bastante da visita. Gostei de conhecer um pouco de Macedo de Cavaleiros e de Miranda do Douro; aprendi bastante no geopark pois o guia explicava muito bem! No final de um dia cansativo, mas enriquecedor, rumou-se para terras mirandesas onde um excelente jantar esperava o grupo."
Gabriela Soares, 11.º B
No segundo dia despertamos para um dia fantástico por terras de Miranda do Douro, onde o telemóvel se confunde e vai alternando entre hora portuguesa e hora espanhola. Miranda, «cidade-museu» de Trás-os-Montes, que mantém o passado bem perto do coração. Dos pauliteiros de Miranda ao burel das capas de honra, passando pela língua, a identidade da região tem saído praticamente ilesa face à passagem do tempo.
"Depois de tomar o pequeno almoço feito pelos nossos professores, dirigimo-nos à “Barragem do Picote” local onde a energia cinética gerada da água é transformada em energia elétrica e onde aprendemos um pouco mais sobre o funcionamento desse mecanismo tão mais complexo e gigantesco do que eu imaginava."
Diego Echenagucia 11º B
“Na qualidade de aluna interessada não só em disciplinas exatas, mas também na cultura do nosso país confesso o meu contentamento relativamente a esta atividade interdisciplinar e deixo um forte elogio a todas as atividades realizadas nesta visita bem como a todos que contribuíram para a sua realização. Destaco individualmente a ida à Barragem do Picote onde tive a oportunidade de observar de perto o hidrodinamismo associado a esta estrutura bem como o processo de produção de energia na central principal. Momento igualmente único foi ver de perto uma atuação dos pauliteiros dinamizada por um conjunto extraordinário de alunas de Miranda. ”
Joana Barbosa, 11.º
Numa luta contra o tempo, apanhamos o barco para o cruzeiro pelas Arribas do Douro onde o grupo se maravilhou pelo meio das escarpas graníticas de Portugal e Espanha.
"De seguida continuamos em direção a Miranda do Douro para desfrutar de uma das melhores experiências que já vivi: o “cruzeiro ambiental de interpretação terrestre” do Parque Natural do Douro Internacional. Nele, observámos várias espécies de animais, tanto aquáticos como aéreos, assim como microrganismos e plantas, e conseguimos desfrutar de um delicioso dia de sol, com o vento gerado pelo movimento do barco que nos permitiu deleitar, ainda mais, com o percurso ao longo do canal do rio Douro."
Diego Echenagucia 11º B
Uma beleza assombrosa, entrecortada pelo Douro serpeante que divide a Península Ibérica, e que serve de refúgio a uma grande comunidade de aves como águias, abutres e cegonhas e que, nesta altura, se revestem de cores com a floração de espécies como a giesta, o rosmaninho e a urze. Ar puro, como o prova a imensa quantidade de líquenes na escarpa, e uma água rica em algas e animais microscópicos como dafnias e copepodes, que se podem observar ao microscópio, no barco. Fantástico!!! “Para mim, a parte mais interessante foi o cruzeiro, uma vez que foi possível observar diferentes espécies de seres vivos como líquens e aves e aprender mais sobre eles.”
Raquel Xará 11º B
“O melhor momento da visita, para mim, foi o Cruzeiro, já que adquirimos uma quantidade enorme de informação sobre a biosfera e geosfera do nosso país. Vistas incríveis, dia bonito e convívio espetacular”.
Afonso Sacramento, 11.º
A Na Escola de Miranda do Douro, fomos acolhidos por alunos mirandeses que, orgulhosamente, fizeram uma demonstração da célebre dança dos pauliteiros. Esta dança é um dos elementos identitários de Miranda do Douro. Os Pauliteiros são grupos compostos, habitualmente, por homens que executam uma dança complexa batendo com “paus” uns nos outros. Estes homens dançam ao som da gaita-de-foles, do bombo e da caixa e por vezes são também acompanhados por um tamborileiro que toca em simultâneo uma flauta pastoril e um tamboril. No Agrupamento de Escolas de Miranda foi particularmente impactante o número de alunos envolvidos, a felicidade nos seus rostos e a evidência de como a igualdade de género está a fazer o seu caminho: a maioria dos jovens dançarinos eram dançarinas, rompendo assim com uma tradição masculina. Os alunos adoraram!
“Para mim um dos momentos mais relevantes de toda a visita, foi a atuação dos pauliteiros realizada pelos alunos da escola de Miranda. É magnífico ver a coordenação e expressão corporal da dança, tal como a dedicação e paixão na preservação da tradição”.
Diana, 11.º A
“Achei fantástico como esta tradição está tão enraizada na escola e nos alunos e como todos trabalham para que esta possa durar e continuar a ser celebrada.”
Marta, 11.º A
“O que eu mais gostei da visita foi a dança dos pauliteiros realizada pelos alunos da escola, já que foi a primeira vez que eu vi uma dança dessas e achei muito interessante que eles mantenham as tradições até os dias de hoje. E também gostei do cruzeiro porque adquirimos muitas informações sobre o ecossistema e achei muito interessante”.
Isabella, 11.º A
“Foi a primeira vez que vi uma atuação dos pauliteiros e adorei. Achei fantástico o facto de os alunos continuarem aquela bonita tradição, a atuação foi incrível e mexeu com toda a gente, o ambiente parecia vibrar de emoção com a música . Eu com certeza certeza gostaria de voltar a ver uma atuação dos pauliteiros”.
Alexandre, 11.º A
“A meu ver esta visita de estudo foi bastante interessante, até porque o convívio e a alegria estiveram sempre presentes. As diferentes atividades foram muito bem desenvolvidas e do agrado da maioria. Desta forma, dos inúmeros aspetos positivos a realçar, saliento a estadia na pousada, assim como a ida à escola, onde tivemos a oportunidade de assistir a uma das tradições mais conceituadas do nosso país. Alunos desempenharam o papel de pauliteiros de Miranda através de uma demonstração da dança característica dos mesmos.”
Catarina Martins, 11.ºA
«Oulá, buonas tardes», assim foi a receção pela presidente da Câmara, Helena Barril, num bem falado mirandês, língua que a cidade ostenta orgulhosamente na toponímia e em painéis informativos, diante dos monumentos mais emblemáticos, como pudemos apreciar ao longo do nosso passeio pelas ruelas envolvidas pelas muralhas do Castelo. Demonstrando um invejável apreço pelas tradições da região, a autarca mirandesa aconselhou os jovens a defender e valorizar o património cultural e natural da sua localidade. Uma receção calorosa, com uma prova da bola doce mirandesa, Ex-libris da região, doce típico de Miranda do Douro, confecionado com farinha de trigo, fermento padeiro, manteiga, açúcar branco e amarelo, ovos, azeite, água e canela. Terra bonita, com uma catedral lindíssima e diferente! Pelas suas ruelas muitas outras igrejas, a sede da língua mirandesa, o museu etnográfico... Só faltou vermos o burro mirandês!!!!
E assim passamos dois dias… "foi uma experiência enriquecedora a vários níveis, pelo que acredito que ainda nos vai render muitas gargalhadas futuras, sendo que, foram, com certeza, dias memoráveis para todos nós!"
Catarina Martins, 11.º A
"Como tudo o que tem um início também tem um final, a nossa viagem estava prestes a terminar e, antes de partir para uma viagem de três horas e meia que nos levaria de regresso a casa, despedimos destas terras tão bonitas que nos irão permitir excelentes memórias destes dois dias. Em conclusão, se tivesse que dizer uma palavra para expressar a experiência que vivi é: inesquecível, uma vez que tão preciosa e divertida experiência sempre permanecerá na minha memória".
Diego Echenagucia, 11º B
“Gostei muito desta visita de estudo pois estava tudo muito bem organizado, um excelente trabalho por parte das professoras organizadoras. Houve momentos de “teoria”, mas também muitos momentos de diversão."
Guilherme Pinho, 11.º B
“Finalmente, enfatizo o meu estado de satisfação e sobretudo o sentimento de dever cumprido que se manteve intacto durante toda a visita!”
Joana Barbosa, 11.º A
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