No dia 2 de novembro, um dia de vento frio e com aguaceiros, os alunos dos 10º A, B e C da Escola Secundária Ferreira de Castro, com os respetivos professores Alexandra Esteves, Manuel Alberto, Paula Catela e Paulo Gião, deslocaram-se à região de Arouca para observarem alguns dos 41 geossítios (sítios de interesse geológico) que fazem parte do seu Geoparque, o qual inclui um singular e valioso Património Geológico.
Logo pela manhã visitou-se a jazida paleontológica de Canelas, uma louseira onde se têm vindo a encontrar invertebrados fósseis de numerosas classes, com especial destaque para as trilobites gigantes que viveram há mais de 400 milhões de anos.
Após um vídeo explicativo sobre a formação dos fósseis, foi possível uma visita ao Museu, onde os alunos observaram exemplares de fósseis que constituem uma coleção única.
O almoço decorreu no Parque de Campismo do Merujal, localizado em pleno planalto da Serra da Freita e constituiu um momento de bom convívio entre alunos e professores.
Dali partiu-se para o miradouro da Frecha da Mizarela para observar um fenómeno de erosão diferencial provocada pelo rio Caima que, ao passar de uma zona de granitos para outra de xistos, origina um desnível acentuado de 70m.
Perto da Frecha da Mizarela o grupo pode observar um contacto nítido entre os metassedimentos ante-ordovícicos e o granito da Serra da Freita, onde se encontra grande abundância de cristais de estaurolite que podem atingir dimensões de vários centímetros, o que evidencia a existência de metamorfismo regional na origem das rochas que os contêm.
De seguida rumou-se à aldeia da Castanheira com o objetivo do observar as famosas “Pedras Parideiras”. Neste local observou-se o plutonito de Castanheira (granito nodular) e os nódulos, de forma discoidal e biconvexa, que integram um “núcleo” de composição granítica (quartzo e feldspato) envolvido por camadas de biotite; estes nódulos destacam-se facilmente da rocha deixando nela o seu molde forrado pela biotite; os nódulos estão dispersos pela rocha, podendo alcançar 15 cm de comprimento e o fenómeno de separação da rocha, por ação dos agentes erosivos, é conhecido por “pedras parideiras”, a “pedra que pare pedra”.
De regresso a casa, e no quentinho do autocarro, reinou a boa-disposição.